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11 dezembro 2007

Louco pela sétima arte


Sou um apaixonado por imagens, fotografia, vinhos, literatura, antropologia e músicas, mas amo mesmo cinema. Leia uma lista de nomes que aprecio e de alguns diretores considerados monstros sagrados da Sétima Arte. A ista precisa ser atualizada sempre com títulos que faltam e já foram assistidos. E ainda com os nomes que ainda hei de assistir.

Fellini (NOITES DE CABÍRIA com Giulietta Masina) Jean-Luc Godard, Luchino Visconti, Vittorio De Sica, Roberto Rosselini. Giuseppe Tornatore (Cinema paradiso), Maurizio Nicheti (Ladrões de sabonete), Gabriele Salvatore (Mediterrâneo), Daniele Luchetti (O senhor ministro), Nanni Moretti (A missa acabou), Gianni Amelio (Ladrão de crianças) e Monicelli (Parente é serpente), Scola (A viagem do capitão Tornado) e Fellini (A voz da lua). Francis Ford Coppola - O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish, 1983).

Entre os franceses, Jean Jeunet (Delicatessen), Bertrand Blier (Meu marido de batom), Eric Rohmer (Amor à tarde), Bertrand Tavernier (Por volta de meia-noite), Patrice Leconte (O marido da cabeleireira), Yves Robert (A glória de meu pai), Michel Deville (Uma leitora bem particular). Jean-Jacques Beineix (Betty Blue, A lua na sarjeta) e Luc Besson (Nikita). Jean-Jacques Annaud (O amante), Leos Carax (Os amantes da Pont-Neuf).

Quanto a produções inglesas, Monty Python (A vida de Brian), Terry Gilliam (Brazil) e Terry Jones (O sentido da vida). Ridley Scott (Blade Runner) e americanos que rodam na Grã-Bretanha: Joseph Losey (O mensageiro) e James Ivory (Vestígios do dia), Stephen Frears (Relações perigosas), Derek Jarman (Caravaggio), Neil Jordan (Traídos pelo desejo), Michael Radford (1984) e Jim Sheridan (Meu pé esquerdo, Em nome do Pai). Kenneth Branagh (Henrique V e Muito barulho por nada), adaptados de Shakespeare.

Japão: Masaki Kobayashi (Harakiri), Nagisa Oshima (O império dos sentidos), Entre chineses, Zhang Yimou (Lanternas vermelhas, Ju Dou - amor e sedução, A história de Qiu Ju) e Chen Kaige(Adeus minha concubina). Ainda o japonês Tabu (Gohatto, 2000),

Italiano Um Amor Quase Perfeito (Le Fate Ignoranti, 2001).

O alemão Fassbinder com Querelle (1982), Garotos de Programa (My Own Private Idaho, 1991), de Gus van Sant, Adeus, minha Concubina (Bawang Beiji, 1993), de Chen Kaige, Tsai Ming-liang, de Taiwan, com O Rio (He Liu, 1997) e o imperdível Felizes Juntos (Happy Together/Chun Guang Zha Xie, 1997).

Dos alemães ainda, Wolfgang Petersen (História sem fim), Robert Van Ackeren (Armadilha para Vênus), Rudolf Thome (O filósofo), Michael Verhoeven (Uma cidade sem passado), Doris Dorrie (Homens) e Percy Adlon (Bagdá Café).Entre os nórdicos, Ingmar Bergman (Morangos Silvestres), Alf Sjöberg (Senhorita Júlia), Vilgot Sjöman (Tabu), Lasse Hallström (Minha vida de cachorro), do novo cinema dinamarquês, Bille August (Pelle, o conquistador, A casa dos espíritos), Gabriel Axel (A festa de Babette), Lars von Trier (O elemento do crime), Kaspar Rostrup (Dançando pela vida) e Stellan Olsson (O grande dia na praia).

USA:Wood allen, Roman Polanski (Chinatown)Francis Ford Coppola (O poderoso chefão) Veludo Azul/Blue Velvet realizado por David Lynch EUA, 1986

O taiwanês Ang Lee (O Segredo de Brokeback Mountain (2005), O Tigre e o Dragão (2000)O Banquete de Casamento, A Arte de Viver).

A Rosa Púrpura do Cairo e Neblinas e sombras de Do cubano Tomás Gutiérrez Alea (A última ceia, de 1976, Morango e chocolate, de 1993).

O espanhol Vicente Aranda (Os amantes), do mexicano Alfonso Arau (Como água para chocolate).

Dos poloneses Krzysztof Kieslowski (Não amarás, A liberdade é azul) e Agnieszka Holland (Os filhos da guerra).

Hector Babenco com Pixote, a lei do mais fraco (1980), O beijo da mulher aranha (1985). Pedro Almodovar com Ata-me, De salto alto e Tudo sobe minha mãe e Má Educação (La Mala Educación, 2004). Ainda na Espanha, de Bigas Luna Jamón, jamón (1992).O Padre (The Priest) de Antonia Bird, Todas as Manhãs do Mundo de Alain Corneau e o soviético Nikita Mikhalkov (O sol enganador, 1994). O Piano (1993) dirigido por Jane Campion, iraniano "O Círculo", de Jafar Panahi, e Bahman Ghobadi com “Tempo de embebedar cavalos" e ainda secular cinema iraniano Através das Ol

Não posso deixar Pasolini, e a explosão das novas cinematografias do Terceiro Mundo: Glauber Rocha no Brasil e Arturo Ripstein no México. Tenho uma paixão especial pelo intelectual da imagem Peter Greenaway. Como ele, amo Antonioni, Godard, Truffaut e Resnais. "O Ano Passado em Marienbad" e "Acossado" encabeçam nossos preferidos. Nascido em Newport (País de Gales), 5 de abril de 1942, Greenaway é personalidade das mais instigantes. Sua obra caminha das artes plásticas ao cinema experimental. Multimídia, Greenaway realizou "Livro de Cabeceira", um dos mais amáveis. Mas gosto ainda de "O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante" (1989), "A última tempestade", "O Contrato do Amor" e "8 ½ Mulheres", "Zôo – Um Z e Dois Zeros" (1985), "The Falls" (seu primeiro longa 1980),"Afogando em Números" (1988) "A Barriga do Arquiteto" (1987), "O Bebê Santo de Mâcon" (1993) e "Death of a Composer" (ainda inédito no Brasil).


Esta lista está desatualizada, preciso ir colocando os últimos filmes de 2005 para cá!

04 dezembro 2007

Beijar das linhas


O silêncio que sinto no deslocamento das pipas no céu, me lembra espermatozóides nadando no liquido semiótico. Vezes penso que são como gaviões e suas investidas à captura de coelhos. No beijar das linhas, no sacudir das caudas e no “lá se foi”, como uma morte, ao cair deixa-se flutuante, levada como que por águas de um rio manso de quedas pequenas, em que se solta o corpo a boiar no espaço sem esperar destino.

É do silêncio que parto para a busca de uma excelência; pequenas conquistas teimam em estagnar o ser humano, mas diante da excelência é que ele se torna de utilidade e valor nada duvidoso.

O silêncio não é lacuna: de seu bom uso defende-se uma gestão de um processo, assola-se uma crise, resolve-se tudo ou erra-se pelo mau uso. Aliás, quando ouço falar tanto em lacunas, fico com pena delas. Queremos acabar com elas, vamos estripá-las até a exaustão e sua extinção definitiva. Lacunas. Elas correm risco de morte. Já pensou quem a gente acha que é uma pessoa-lacuna, que passa a vida sem fazer nada, tratada como uma merda.

O silêncio é fecundo de palavras proparoxítonas que são, de tão sonoras.

Meu silêncio pode ser negação, afirmação ou abstenção de resposta, noutra medida, uma história inteira com começo, meio e fim.

Meu silêncio guardava mais novidades ao mundo do que bochecha de porquinho-da-Índia. Eu, calado estou a dizer toda uma idéia em que poucos poetas no mundo conseguiram captar pelos sentidos, mas nenhum seria capaz de compreendê-la. Um silêncio em cognição com o mundo é uma orquestra de sons harmoniosos.

Hoje deixo meu silêncio na conclusão. Para dizer de todo o meu sentimento por você.









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Mas vou falar de sexo – Fiquei sabendo que uma britânica anda espalhando sofrer de uma doença rara que a faz ter cerca de 200 orgasmos por dia, um a cada oito minutos em média. Basta ouvir sons ou tomar algum álcool e ela dispara com o barulho do secador ou com a voz da pesquisadora do IBGE. Na foto parece que está tendo um discretamente com o click da máquina.

02 dezembro 2007

:: RUPTURA ::

De Ievtushenko.

Deixei de amar: esse é o tedioso fim da nossa história,/ tão chato quanto é a vida, tão aborrecido quanto o túmulo./ Desculpa-me: romperei a corda desta canção de amor,/quebrarei o violão. Nada há para salvar.

Nosso cachorrinho está espantado. Nosso monstrinho peludo/ não entende porque complicamos assim coisas tão simples --/ choraminga na nossa porta e deixo-o entrar./ Sempre que ele arranha a sua porta, você o deixa entrar.

Cão, cãozinho sentimental, você vai é ficar doido/ correndo assim de um para o outro --/ você é jovem demais para entender uma idéia muito antiga:/ acabou, dançou, it’s over, kaput. Finis.

Dê uma de sentimental e você acabará representando/ o velho melodrama A Salvação do Amor./ “Perdão”, sussurramos, e esperamos um eco;/ mas nada retorna do silêncio acima de nós.

O melhor é salvar o amor desde o começo,/ evitando todos os apaixonados “nuncas” e “para sempres”;/ devíamos ter ouvido o que as rodas do trem gritavam:/ “Não façam promessas!” Promessas são alavancas.

Devíamos ter prestado atenção nos galhos quebrados,/ devíamos ter olhado para o céu enfumaçado,/ advertindo quanto às tolas pretensões dos amantes--/ quanto maior a esperança, maior a mentira.

Ternura verdadeira, no amor, significa permanecer sóbrio,/ sopesando cada elo da corrente que você tem de carregar./ Não prometa o céu a ela –sugira meio alqueire;/ não “até a morte” mas, pelo menos, até o ano que vem.

E não fique dizendo “Eu te amo, eu te amo” toda hora./ Essa frasezinha implica uma vida durável/ e, quando nos lembramos dela de novo, numa hora sem amor,/pode furar como um espinho, ou apunhalar como uma faca.

É por isso que nosso cãozinho, inteiramente confuso,/ anda de cá para lá, de uma porta para outra./ Não direi “me perdoe”. Pedirei perdão/ por uma coisa só: houve um tempo em que te amei.

SOBRE OS PROCEDIMENTOS INDECOROSOS

Aposto no passado que teremos o futuro melhor, porque nesse instante estou tão confiante na vida quanto protegido de toda a maldade.

Ando apaixonado, curioso, meio levado e carinhoso.

Não resisto a um bom argumento, boa mesa e boa cama, eu bom moço, bom amigo, bom amante, bom pai, filho dedicado, um pouco enlouquecido de felicidade e internalizado de reflexão.

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De Os Cadernos de Cozinha de Leonardo da Vinci, que foi também cozinheiro, no final do século XV

SOBRE OS PROCEDIMENTOS INDECOROSOS À MESA DE MEU SENHOR LUDOVICO
Nenhum convidado deverá sentar em cima da mesa, nem de costas nem sobre a roupa de outro convidado.
Não deverá botar sua perna em cima da mesa.
Não porá sua cabeça no prato para comer.
Não pegará a comida de seu vizinho sem antes pedir licença.
Não porá pedaços mastigados de sua própria comida no prato de seu vizinho sem primeiro perguntar a ele.
Não limpará sua faca na roupa do vizinho.
Não porá comida da mesa em seu bolso nem em sua bota para comer depois.
Não beliscará nem baterá em seu vizinho.
Não fará cara feia nem girará os olhos.
Não conspirará à mesa (a não ser que o faça com Meu Senhor.)
Não fará aos pajens do Meu Senhor sugestões luxuriosas nem brincará com seus corpos.
Não soltará seus pássaros na mesa.
Assim como tampouco escaravelhos ou víboras.
Não baterá nos serviçais (só pode fazê-lo em caso de sua própria defesa)
Deverá abandonar a mesa se está para vomitar.

27 novembro 2007

Além da Baía de Todos os Santos

Gosto do gosto de seu beijo na minha boca, de ver a minha língua na tua língua, da minha pele na tua. Saudades se mata com um abraço, um delicado toque nos mamilos e uma mordidinha, prometida quando nos conhecemos no MSN e realizada nos últimos momentos e não derradeiros que estivemos juntos. Lutemos bravamente pelos sonhos, eles estão sendo realizados a cada novo dia em que nos damos conta de que somos impossíveis e não os nossos sonhos mais. Por que não dizer que somos assim, metade delirio pleno e metade lucidez desvairada. Vamos seguindo acordando cedo, bebendo da fonte do infinito. Que nada será tão longe que a Baía de Todos os Santos antes nos aproxima do que nos separa, que nada seria capaz de tamanha crueldade. Não tenho saudade: você está aqui dentro da minha cabeça até o fim!

23 novembro 2007

um pouco de diálogo de amor

Nos preocupamos tanto com as coisas sérias da vida que deixamos de falar das essenciais: deixamos de ver que a vida é como um piquenique no fim da tarde, em que se a gente fica muito preocupado em discutir onde colocar as coisas, quem come o maior pedaço do bolo, o sol vai embora. Não temos todo o tempo do mundo, mas o suficiente para amar de verdade, amar também as pessoas mais velhas, que já se aproximam mais da ida e são guardiãs de suas experiências, vivem sós porque estamos sempre num ritmo muito acelerado para compreende-las, pensamos enganados serem lentas demais, mas estão “a anos luz de nós”. Pensei na relatividade do tempo pscicológico, de quando estamos conversando e o tempo se encurta. Pensei no espaço, de como somos injustamente confinados só porque somos iguais, e não podemos mostrar para o mundo um sentimento evoluído, humano, ardente e sublime, abençoado por Deus, pelas estrelas de David nas nossas mãos, pelo amor e respeito ao feminino sutil. Urgente agora só viver intensamente! bjs


07/11/2007
Acordei com a poesia em carne viva, voz que nem tinha o que dizer diante de tamanha beleza da vida vestida deste dia que nasceu ensolarado, sincronizado com a música em mim, de uma letra doce e um rítmo ardente, urgente e calmo, forte e suave, na harmonia do teu sorriso ressonante nas minhas células mais intranhadas. Vivo de entusiasmo a cada 30 minutos em que respiro mais fundo e lembro de nós, com a tranqüilidade de quem encontrou um sentido maior que a banalidade dos relacionamentos humanos. Entusiasmado e visível a quem me observa porque me conhece, me pego com fé. Me pego em silêncio embriagado de lucidez, sereno, viril, altivo e embalado pelo som das águas de todos os rios tranqüilos: da força da beleza! Deus abençoe a nós, pessoas que se entregam aos desígnios pulsantes e, neste instante, te quero em beijos e noites que só nós sabemos e saberemos cada vez mais.



resposta?
Acho que podemos ter um para o outro pra nos ajudarmos em tudo e pra seguir um caminho de muita união e companheirismo pra realizar coisas boas e produtivas aliadas ao bem ao exemplo, e pra sermos melhores como pessoas...nós podemos crescer muito aprendendo a ser pouco piores em nossas imperfeições e saber enxergar e sentir as coisas na vida...
aprender com as dificuldades e compartilhar e nutrir das benções que Deus pode nos dar.

21 novembro 2007

E agora o que passa não são os passos do tempo....

"Amor, eu lhe direi, amor que eu tanto procurei. Estrela, eu lhe diria, desce a terra, o amor existe e a poesia só espera ver nascer à primavera para não morrer. "

Essa pra vc meu amor...vc e eu sempre juntos: a nossa primavera de todos os dias !
Beijos de quem te gosta bastante. (No alcance do prazer: tentativa difícil de ser divino em palavras e gestos, que a todo instante insisto e quero dizer-te, justificar-me pelo tanto de palavras que me faltam, e que quero você, gosto de você e sou agradecido por existirmos com tudo existindo). Agora, em repouso, deito-me, sobre os papéis, com a realidade de que muito do que sinto ainda é muito para o pouco do que posso ser divino em palavras à prova. Em sonhos, desejos, e agora por falta do que falar, escrever, mostrar, circunstanciar pra te dizer, pra ser coerente, real, pra não ser vulgar, banal, é que me falta tudo, mas não me faltam sensações para exprimir o quanto me encontro feliz por você, por mim e pela vida. Que Deus abençoe sempre. recusar aceitar


Meu amor...tô querendo sempre te dizer que tou gostando muito de vc, e cada vez mais e diferentemente melhor. Temos ao lado o perigoso e arteiro mundo do nosso passado e os pensamentos de toda a espécie no presente. Mas longe disso, estando-me livre e querendo-me substanciar o melhor de ti, de mim e da realidade, é que digo, sem precisar passado, futuro e presente inquisitivo, que o que já ofereceste pra mim em si, e portanto em tudo e pra todos, é o nosso rastro sem pedras, sem interferências, conservados na melhor forma de querer doar-me e querer receber-te no melhor que eu posso dar, no melhor que vc pode me dar e no melhor que a vida possa nos dar no sentido de pudermos sentir o melhor de nós mesmo, dainte de oportunidades outras na vida, nosso jeito, nossas palavras, nossos gestos, nossos gostos, nossos amigos, nosso sonhos, nossos processos...pra que o sentido da tranquilidade, paz e confiança possa, e vai, e já está sendo na parte do nosso gostar um ao outro. Te gosto e te quero muito bem.

16 novembro 2007

Sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A Véspera

Acordou às 2h59 da madrugada, como se já descansado, levantou cercado pelo silêncio refrescante da atmosfera calma e fria da noitinha, na cabeça nenhum pensamento, o garoto era todo observação; todos os membros e convidados da casa dormiam, abriu a porta dos fundos, o céu clamava por atenção com destacadas estrelas grandes, nenhuma núvem, a luz da lua flutuante, um cão tranqüilo dá bom dia com o pelo ligeiro nas mão, aos poucos ele se dava conta de que era vépera de natal, e nos últimos dias nunca tinha se sentido tão bem antes: conhecera amada que em três semanas mudara todos os seu planos de vida, tomado de um poder de desejo que chegava até a pensar doente de uma melancolia de desejo de grudar as peles as bocas, mas ao mesmo tempo estava ainda mais maduro, ela lhe resgatava os sonhos mais infantis que parecia tirar do fundo de sua inconsciência uma diginidade que ficara escondida por traz de máscaras muitas vezes utilizadas nas relações. Agora ele estava sem fantasias, era ela e ele até o fim. A idéia de "fim" aqui é muito convenientemente colocada: sabia-se o poder que isso tinha a força de vários elefantes, ficar horas se olhando ao espelho no fundo do lago dos olhos azuis de sua amada até se transformar em beijos ardentes de desejos como uma núvem de borboletas tocando as asas suavemente sobre sua face. Olhou mais uma vez ao longe a floresta de eucalíptos, respirou profundo e retornou para a cama. Amanhã a noite terá aos braços a mulher amada, até o fim.

16 setembro 2007

O segundo infinito

"Somente a inocência pode ter ardência. O indivíduo inocente não sofre, pois não encerra sofrimento nenhum, muito embora possa ter vivenciado um milhar de experiências. Não são as experiências que corrompem a mente mas aquilo que deixam para trás, os resíduos e as cicatrizes e lembranças que se acumulam e amontoam e desse modo dão origem à mágoa. Esse sofrimento é tempo, e onde existir tempo não pode haver inocência.
A paixão não nasce da infelicidade; esta consiste na experiência da vida diária, uma vida de agonia e de todo um molhe de prazeres, medo e incerteza. Não podemos escapar das experiências porém não é preciso que elas criem raízes no solo da mente; essas raízes fazem despertar problemas, conflitos e luta constante. Mas não há saída disso excepto pelo morrer a cada dia para todo o passado.
Somente a mente que possui clareza de entendimento pode ser apaixonada. E sem paixão não podemos contemplar a brisa por entre a folhagem nem o resplendor do brilho da luz na água. Sem paixão não existe amor". Krishnamurt conclui: "Estávamos ali sentados naquela praia a olhar os pássaros e o céu e a escutar o som distante dos carros que passavam. Estava uma manhã magnífica. Saímos com a baixa-mar e voltamos com o fluxo da maré; saímos longe para novamente voltarmos- esse eterno movimento para dentro e para fora... Podia-se vislumbrar o horizonte lá longe, onde o céu parece unir-se às águas. Era uma baía enorme de águas azuis e brancas, com casas muito pequenas ao redor e cadeias e mais cadeias de montes por detrás. Observávamos sem reacção nenhuma, sem identidade nenhuma, e observávamos de modo infatigável, na verdade não nos encontrávamos despertos mas de consciência ausente, num estado de semi-presença. Não éramos nós que ali nos encontrávamos mas tão só a observação que decorria. Observávamos os pensamentos que se erguiam e se desvaneciam, um atrás do outro, processo em que o próprio pensamento tomava consciência de si mesmo. Não existe nenhum pensador a observar o pensamento.
Ali sentados naquela praia a observar as pessoas que passavam- dois ou três casais e uma mulher solitária- parecia que a natureza e tudo o mais ao redor, desde o profundo mar azul até às elevadas cadeias rochosas estavam em observação. Encontrávamo-nos a observar e não na expectativa da ocorrência de alguma coisa, tão só num acto de observação interminável. Essa observação acarretava aprendizagem- não a acumulação de conhecimentos que se efectua com o aprender que é quase inteiramente mecânico, mas uma observação minuciosa e profunda que possuía ligeireza e ternura. Desse jeito não resultava observador nenhum. Quando o pensador está presente trata-se unicamente de uma acção do passado a observar mas tal não corresponde a um observar e sim a um relembrar, uma coisa sem vida. A observação contudo é uma coisa tremendamente viva que torna cada momento puro ócio. Aqueles caranguejos pequenos e gaivotas e restantes aves que voavam ao redor estavam todos a observar, à espera de presas, peixe, ou algo que possam comer; também eles estavam a observar.Mas passasse alguém por vós e interrogar-se-ia do que pudessem estar a observar. Não estávamos a observar nada, contudo, nesse nada existia Tudo."

07 setembro 2007

PRECE DE CÁRITAS

Deus nosso pai, vós que sois todo poder e bondade. Dai a força àquele que passa pela provação. Dai a luz àquele que procura à verdade. Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
DEUS, dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
PAI, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.
SENHOR, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste. Piedade, meu senhor, para aqueles que não vos conhecem.
A esperança para aqueles que sofrem. Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
DEUS, um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra. Deixai-nos beber nas fontes esta bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secaram, todas as dores acalmar-se-ão.
Uma só oração, um só pensamento subirá até vos, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanhanos lhe esperamos com os braços abertos. Oh bondade! Oh beleza !Oh perfeição! -- e queremos de alguma sorte alcançar vossa misericórdia.
DEUS, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vos. Dai-nos a caridade pura. Dai-nos a fé e a razão. Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas... um espelho onde se refletirá a vossa santa e misericordiosa imagem.

Psicografada na noite de 25 de dezembro de 1873 pela médium Madame W, Krill, num círculo espírita de Bordeaux, França

27 agosto 2007

Mensagens para ler no meu horóscopo

Nem apego nem desprezo. Fico receptivo deixando que a “maré da sorte” leve e traga os fatos. Quieto e fecundo como uma égua, descanso atento. Mas não ajo. Sigo com a terra, deixando que a água e o fogo se entendam aos ventos. Espero, tudo escuto, sinto, percebo. Mas não julgo ninguém, apenas faço-me surdo ao que é irreal excessivo ou cego ao que não busco.
No que persisto de rancor? Apenas contra o vazio de uma gravação de operadora de celular. Relevo mentiras mentiras sinceras, erros com remorso. Sem dificuldade e com boa dose de alegria continuo no entusiasmo, pronto para a lua cheia, perseverante. Ainda que em eclipse seja ocultada ao final da madrugada de amanhã. Mantenho-me intumescido para derramar-me na relva à luz da noite. Em que pese o que disse Nietzsche... “Não conseguimos amar uma mulher sem nos cegarmos para a feiúra abaixo de sua pele: sangue, veias, gordura, muco, fezes, os horrores fisiológicos. O amante tem que arrancar seus próprios olhos, precisa renunciar à verdade. Para mim, uma vida maravilhosa é uma morte viva!”.
Que venha a lascívia! Deste pecado me farto e bebo sem dó. E volto a dançar aos problemas e zombo das supostas fracas explicações da realidade. Com calor, pensando sem pensar no que não vale, sinto como os astros me permitem abrir gurda para a noite de intenso fulgor! Viva a orgia! Viva a luxúria! Viva! Um brinde à morte. A morte viva!

13 agosto 2007

Considerações sobre o amor

Pode existir amor na entrega, mas não na submissão. Não sobrevive em cárceres. Para haver amor é preciso liberdade, combinação complementar entre as partes, a ser comprovada nas mudanças de estado de espírito, de entusiasmo, de alterado os sistemas nervoso, circulatório, límbico, metabólico. Intensidade em tudo, aumento da percepção sensorial, quem está amando vê, ouve melhor, distingue odores, cores, está mais atento e em sincronismo com o movimento do universo. É estado de perfeição, é quando a divindade se faz humana, quando se lambuzar e se purificar estão no mesmo sentido, quando tudo toa harmonioso, soa afinado. depois continuo...

bruxuleante diaba

Noites que começam assim
São sétuplos presentes de Deus

Da janela a lua se atira no chão da sala
Num colchão rasgado, teu pêssego em polpa.

Palavras nervosas, mãos que flutuam
Para desenrolhar vinhos ao nosso prazer

Tu, bruxuleante diaba em trapos
Molhando-me até a alma

Eu, humilde, dono de tudo
Louco por freqüentar tua nuca
Derrubo as paredes das nossas peles
Enquanto você suga o ar de tesão

Vida a plenos pulmões
Atado aos teus braços
Ao som de pássaros em revoada
Teu beijo tão meu quanto teu sexo

Embebidos no silêncio das verdades escondidas
Noites, lua, estrelas como nossas hóspedes
Por horas acariciei tuas metáforas
Até já não poder aguentar mais

Quando você voltar soltarei fogos,
Contarei às estrelas meus segredos
Libertarei o mais velho preso da Ilha.

Éden Nilo (junho 07)

Momento de abrir o coração, de renovar.

Por que não abrir o coração? Sigo o conselho do Ás de Copas (www.personare.com.br). Ele me pede que, neste momento, eu abra mais o centro do meu coração, deixando que a boa vontade e a afetuosidade brotem sem expectativas e sem determinar condições. Aquela qualidade amorosa – que bate forte, pedindo pra sair – está sendo derramada para todos os cantos. Inclusive para pessoas com as quais me senti ofendido ou com dificuldades de relacionamento, aquelas que mais podem trazer novos aprendizados.
Compreendo agora que, ao amar sem esperar resultados, resultados estão acontecendo melhores do que os esperados. Abro-me ao novo de novo! Não apenas às novas pessoas, mas também aos novos olhares, novas perspectivas, de tal modo que o encantamento e o entusiasmo lavam minha alma, renovam-me. E me vejo irradiando amor, tornando-me uma presença atrativa e desejada.
Não me importa se as pessoas não correspondem. Aprendi, neste momento, que o amor faz bem principalmente a quem o emite. E termina sendo algo beneficamente contagioso: magnetiza e afeta, transformando o mundo em torno de mim, tornando-o um lugar melhor para a vida.
Vida nova, blog novo!

AVENTURAR-SE É PRECISO!

  CAVALEIRO DE PAUS (Fonte: personare.com.br) O Cavaleiro de Paus como arcano de conselho para este momento de sua vida sugere que é chegado...