Texto atribuído a
Toulouse Lautrec
Existe uma coisa
difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais
rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do
uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um
simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos
acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se
manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa
alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la
nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam
mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das
pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la
nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a
frentistas.
Nas pessoas que evitam
assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os
outros.
É possível detectá-la
em pessoas pontuais.
Elegante é quem
demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia
fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber
uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem
está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Oferecer flores é
sempre elegante.
É elegante não ficar
espaçoso demais.
É elegante você fazer
algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se
arrebentar para o fazer...
É elegante não mudar
seu estilo apenas para se adaptar ao outro.
É muito elegante não
falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir
carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio,
diante de uma rejeição....
Sobrenome, jóias e
nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro
que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele
de uma forma não arrogante.
É elegante a
gentileza... atitudes gentis falam mais que mil imagens...
Abrir a porta para
alguém...é muito elegante
Dar o lugar para alguém
sentar...é muito elegante
Sorrir, sempre é muito
elegante e faz um bem danado para a alma...
Oferecer ajuda...é
muito elegante.
Olhar nos olhos ao
conversar, é essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar
esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é
improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver,
que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso
lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas
frescuras". Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os
inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja
por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário