"Yo no creo en las brujas; pero que las hay, las hay."
Professora Eliene Percília da Equipe Brasil Escola explica:
Não se sabe a exata origem das Bruxas, constam relatos de que elas existam desde os primórdios da humanidade. Há duas teorias para a existência de tais seres:
1. As práticas de bruxaria envolvem rituais simbólicos desde os tempos neolíticos. A primeira demonstração da arte de devoção foi encontrada em cavernas do período neolítico, onde havia ilustrações dos rituais de adoração às deusas da fertilidade dos povos primitivos. Dessa forma, as experiências visionárias, rituais de caça e cerimônias de cura sempre estiveram presentes nos símbolos e metáforas de cada cultura. Na Grã-Bretanha as sacerdotisas druidas estavam divididas em três classes. As que viviam em conventos num regime de celibato eram as da classe mais alta. As outras duas classes, que eram das sacerdotisas, podiam se casar e viver nos templos ou com marido e família. Com a era do cristianismo, foram denominadas “Bruxas” e perseguidas por muito tempo.
2. Durante a Idade Média toda e qualquer mulher que conseguia poder, passavam gradativamente a ser considerada bruxa. Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”. As bruxas eram denominadas sábias, até a Igreja lhes atribuir o significado secundário de mulheres dominadas por instintos inferiores. Sem mito algum, as bruxas eram apenas mulheres que conheciam e entendiam do emprego de ervas medicinais para cura de enfermidades, e colocavam em prática seus conhecimentos nos vilarejos onde habitavam. Com a chegada do Cristianismo, começando a imperar a era patriarcal, as mulheres foram colocadas em segundo plano e tidas como objetos de pecado utilizados pelo diabo. Muitas mulheres não aceitaram essa identificação e rebelaram-se. Essas, dotadas de poder espiritual, começaram a obter novamente o prestígio que haviam perdido o que passou a incomodar o poder religioso. Assim acusar uma mulher de bruxaria ficou fácil, bastava uma mulher casada perder a hora de acordar, que o marido a acusava de estar sonhando com o demônio.
Perseguição às bruxas
Durante o século X e XII as bruxas ressurgiram, nesse período realizaram vários processos contra elas, promovidos pelo poder civil. No entanto, tal questão veio assumir um aspecto dramático a partir do século XIV, momento em que a Igreja Católica implantou os tribunais da Inquisição com o intuito de reprimir, tanto a disseminação das seitas heréticas como a prática de magia e outros comportamentos considerados pecaminosos. Nesse período, o fenômeno se caracterizou como manifestação coletiva, de profunda repercussão no direito penal, na vida religiosa, na literatura e nas artes. Dessa forma, para que a repressão fosse eficaz, os tribunais de Inquisição se proliferaram, e os processos aumentaram rapidamente.
Segundo os teóricos do assunto, a epidemia de bruxas ocorreu nos séculos XVI e XVII, no norte da França, no sul e oeste da Alemanha e em especial na Inglaterra e na Escócia, a perseguição às bruxas foi metódica e violenta. Os colonizadores ingleses levaram esse procedimento para a América do Norte, onde, em 1692, ocorreu o famoso processo contra as bruxas de Salém, em Massachusetts. Normalmente, acusavam-se as bruxas velhas, e com menor freqüência as jovens.
A maioria das acusações se referia aos malefícios contra a vida, a propriedade e a saúde. Também constavam denúncias de pactos com o diabo. Segundo as denúncias, as bruxas montadas em vassouras voavam pelos ares e se reuniam em lugares inabitados para celebrar a satanás e entregar-se a orgias. O iluminismo do fim do século XVII e do século XVIII, que era caracterizado pelo espírito científico e pelo racionalismo, contribuiu para o fim desse processo e para que não mais se admitisse perseguição judiciária em casos de superstições populares.
Um trecho do livro "História da Bruxaria"
Se você perguntar aos conhecidos o que é uma bruxa, provavelmente eles lhe dirão que bruxas não existem. Bruxas, afirmarão eles, são personagens imaginários, representados como velhas horrorosas, com verrugas no nariz, chapéus compridos e pretos em formato de cone, montadas em cabos de vassoura, que criam gatos pretos e dão gargalhadas malignas, bastante parecidas com cacarejos. (...) Provavelmente, nenhuma bruxa, em tempo algum, jamais tenha tido as características desse estereótipo. Todavia, bruxas existem realmente. (...) Dentre as bruxas que conhecemos, nenhuma correspondeu a esse estereótipo, exceto talvez em festas à fantasia.
As bruxas e bruxos são pessoais normais. Você diferencia algum católico ou budista na rua? Pois é, com as bruxas e bruxos também é assim que funciona. É uma escolha espiritual e/ou religiosa, somente.
Existem diversas abordagens hoje sobre o que é um bruxo ou uma bruxa. Vale a pena esclarecer que usamos mais comumente o termo no feminino que no masculino, por uma simples convenção histórica. Sempre se referiu mais às bruxas que aos bruxos, mas para nós não há diferença, é simplesmente um hábito. Sendo assim, garotos, não se ofendam.
Abordagens que temos das bruxas e bruxos
Bruxa é o mesmo que feiticeira (abordagem antropológica e "cientificamente" aceita);
Bruxas adoram o diabo (abordagem histórica da bruxaria européia e por alguns grupos religiosos intolerantes);
Bruxas reverenciam deusas e deuses e praticam magia (abordagem adotada pela maioria dos bruxos modernos);
Cada um desses pontos de vista pode ser justificado. Infelizmente, quem deseja ir a fundo nessa questão encontrará pouca ajuda nos livros que existiam até pouco tempo em bibliotecas populares ou livrarias. Aos poucos, mais e mais livros sobre bruxaria vão surgindo, e a coisa vai ficando menos mistificada.
Para falar, então, o que uma bruxa (ou bruxo) é, podemos falar, antes, do que uma bruxa (ou bruxo) não é. Veja o esclarecimento de algumas dúvidas abaixo:
Bruxas(os) são a mesma coisa que curandeiras(os)?
Não. O curandeiro pratica magia, mas sua função é justamente a de combater as ameaças ou efeitos da bruxaria. No entanto, se pegarmos a palavra curandeiro e analisarmos a essência de seu significado ("curar"), veremos que muitas bruxas podem sim ser curandeiras. Preparamos chás, infusões, poções, tudo no sentido de curar, causar algum efeito no corpo. Sendo assim, vamos dizer que não, não são a mesma coisa. Mas as bruxas têm práticas de cura, sim. Não dá para generalizar. Não é 8 ou 80, como a maioria dos conceitos, realmente.
Bruxas(os) são a mesma coisa que magas(os)?Não. Um mago é quem pratica magia. Ou seja, qualquer pessoa que pratica magia pode ser considerada um mago, teoricamente. Bruxas e bruxos também praticam magia, mas é uma magia mais específica - a magia que envolve a Natureza, os poderes naturais. E não há só esse tipo de magia. Uma pessoa pode praticar magia baseada na cabala, por exemplo. Isso não é bruxaria, só magia. Ou magia cristã. Ou magia blablabla. Existem diversas formas de magia. A Bruxaria é apenas uma delas. Sendo assim, todo bruxo é um mago da Natureza, mas nem todo mago é um bruxo, pois ele pode fazer uso de outros tipos de magia, que não a natural.
Todas as bruxas e bruxos são iguais no mundo inteiro?
Não. Existem grandes e profundas variações entre a bruxaria das diversas culturas. Por exemplo, existe uma diferença histórica entre a bruxaria européia da bruxaria em outras culturas.
Bruxas(os) estão relacionadas(os) às possessões?
Não. A possessão é um ataque interno de maus espíritos sobre um indivíduo; uma invasão energética; já a obsessão é um ataque externo e físico perpetrado por tais espíritos malignos. Em nenhum dos casos a vítima realiza um pacto voluntário com o espírito maligno. Na chamada "bruxaria diabólica" das épocas da Renascença e da Reforma européias, por outro lado, a chamada bruxa convocava o mau espírito por meio de invocações, dentre outras formas. Quase todos os bruxos modernos condenam totalmente esse tipo de prática. Ou seja: a resposta para essa pergunta é não.
Bruxas(os) praticam a "missa negra"?
Não. A missa negra é desconhecida na história da bruxaria européia e certamente não faz parte do repertório dos bruxos modernos. A única ocasião em que a missa negra foi historicamente registrada foi na corte do rei francês Luis XIV, e ainda assim como uma forma de sátira grosseira do catolicismo. Alguns satanistas modernos celebram a missa negra, mas satanismo não tem nada a ver com bruxaria, portanto, não, as bruxas e bruxos não celebram a missa negra.
As bruxas surgiram na Idade Média?
Não. As crenças nas quais as bruxas e bruxos se baseiam remontam ao período Paleolítico. As acusações de bruxaria surgiram somente no final da Idade Média. As grandes perseguições às bruxas ocorreram durante a Renascença, a Reforma e o século XVII.
Todas as bruxas são velhas?
Não. Tanto no passado quanto no presente, muitos homens praticam a bruxaria, além do que muitas bruxas eram bastante jovens, até crianças. Até hoje é assim. Essa idéia de que as bruxas são velhas, têm verrugas no nariz etc vem da imagem construída ao longo da história, mas que nada tem a ver com a realidade, conforme citamos no início deste texto. Há uma longa tradição artística que se estende do século XIII a Goya fixando essa imagem em nossas mentes.
Bruxa por maioria de votos (Curiosidades)
Rosaura de Montalban, mulher de extraordinária beleza, desfez lares e arruinou fortunas em Florença, na Itália, no século 16. Denunciada como bruxa, Rosaura era sempre absolvida porque seu sorriso enfeitiçava os juízes. Só foi condenada quando alguém se lembrou de lhe cobrir o rosto com uma máscara de caveira.
Matemático russo foi considerado bruxo e condenado à fogueira devido à precisão de seus cálculos - O tzar Ivan IV da Rússia, que reinou de 1533 a 1584, mandou executar na fogueira um matemático a quem pedira, apenas para divertir a corte, que calculasse o número exato dos tijolos necessários para construir determinado prédio. Ao término da obra, verificada a precisão dos cálculos, Ivan IV sentenciou o matemático à morte como bruxo, porque era dotado de estranhos e perigosos poderes.
Médico alemão que se disfarçou de mulher para assistir a um parto foi parar na fogueira - Em 1521, um médico alemão foi queimado na fogueira porque ousou disfarçar-se de mulher para assistir a um parto. Até então, era evento exclusivamente feminino e cercado de pudores. Na Idade Média, até mesmo as parteiras trabalhavam com as mãos debaixo das saias das parturientes.
LENDA DAS BRUXAS
Quando de um casal nascem sete filhas; sem que nasça nenhum menino entre o espaço, a primeira ou a última será, fatalmente, uma bruxa. Para que isso não venha a acontecer é necessário que a irmã mais velha seja a madrinha de batismo da mais moça. São apontadas, como tal, certas mulheres magras, feias, antipáticas. Dizem que têm pacto com o demônio, lançam maus-olhados, acarretam enfermidades com os seus bruxedos etc. Costumam transformar-se em mariposas e penetram nas casas pelo buraco da fechadura. Tem por hábito chupar o sangue das crianças ou mesmo de pessoas adultas, fazendo-as adormecer profundamente. A marca do chupão deixado na pele, chama o vulgo de "melancolia". Antigamente, quando um recém-nascido começava a emagrecer e definhar até a morte, principalmente os que ainda não haviam sido batizados, acreditava-se em "doença da bruxa". Para que as crianças não batizadas não sejam atacadas pelas bruxas, deve-se conservar luz acesa no quarto. Os pais, ao colocarem o caixão da criança atravessado na porta da casa, a primeira mulher que aparecesse seria a bruxa, vindo mais uma vez buscar a vida de uma criança, para assim manter-se eternamente jovem. Era costume também, proteger as crianças dando-lhes remédios à base de alho e colocando tesouras abertas embaixo dos seus travesseiros. A criança atacada por uma bruxa ingere carvão, cal de parede, terra e outras substâncias estranhas.
As bruxas realmente existem, garante a sabedoria popular. Sabe-se que uma mulher é bruxa, quando dá a apertar a mão canhota (esquerda). Há ainda, outro processo de identificar uma bruxa: vira-se a lingüeta da fechadura de uma canastra. A bruxa, ao entrar em casa, a primeira coisa que faz é pedir para endireitar-se a lingüeta. Existe, também, uma oração contra elas; quem as possui consegue descobri-la e prendê-la e também não adormece quando ela a noite penetra em casa. A pessoa assim presumida toma para prendê-la, de um tacho ou uma medida de alqueire, e logo que a bruxa entra em casa, emborca o tacho ou a medida e ela fica incapaz de sair.
As lendas de bruxas, "lobisomens" e outros seres que habitam a fértil imaginação dos populares formam um capítulo a parte. Muitos juram, de pés juntos, que as bruxas andam as soltas nas belas noites de luar, fazendo seus rituais bruxólicos e espalhando no ar toda a magia de suas fascinantes feitiçarias.
Depoimento de Manoel Agostinho – Barra da Lagoa
"... A mulher feiticeira aprende uma com a outra.
Mas a bruxa já nasce bruxa. A bruxa não sabe que é bruxa.
A bruxa, se morre, se salva, porque ela é bruxa e não sabe.
Os outros é que desconfiam.
De onde vem o olho ruim?
Se estão numa casa fechada, elas aí dizem:
“Tiritititirititá, por debaixo do telhado e por cima do silvado”.
Quer dizer, por debaixo da telha e por cima da ripa.
E elas aí saem, ou como beija-flor, uma mariposa...
Qualquer coisa.
Se você desconfia de uma senhora que esteve na sua casa e
fica embromando, e tem criança doente, magrinha, essa mulher é bruxa."
A BRUXA BRASILEIRA
A Bruxa encontrada no imaginário popular de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul é imigrante de Portugal e possui características de um vampiro que chupa o sangue das crianças recém-nascidas para obter a eternidade.
O medo dos vampiros principalmente entre as populações do Leste europeu e do Oriente Médio é muito antigo. Esse fenômeno sempre foi tomado muito a sério. O próprio Rousseau escreveu: "Se já houve no mundo uma história garantida e provada é a dos vampiros; nada falta: relatórios oficiais, testemunhos de pessoas qualificadas, de cirurgiões, de sacerdotes, de juízes; a evidência é completa".
Mas a Bruxa sobrenatural, caracterizada por uma mulher velha e feia que pratica bruxaria, é considerada a última sombra de uma Deusa primitiva da natureza, conhecida pelos nomes de Cailleach Bheur, Black Annis ou Gentle Annie, todas originárias da cultura celta. As inúmeras bruxas que habitam as Ilhas Britânicas personificam o inverno. Algumas, de igual modo que o inverno, se convertem em primavera, passando a serem belas e jovens donzelas. Outras como Black Annis são canibais.
Black Annis era uma feiticeira de rosto lívido e garras de ferro que vivia em uma cova em Leicestershire. A entrada para a sua cova encontrava-se entre as raízes de um grande carvalho no qual, se dizia, que a bruxa se escondia para saltar sobre crianças e cordeiros perdidos e devorá-los. Daí que surgiram as bruxas americanas que do mesmo modo ameaçam devorar as criançinhas, como é o caso da Cuca, criada à imagem e semelhança de Black Annis.
Hoje, a Bruxa já não assusta tanto, pois deixou de ser páreo para a grande violência que ameaça as cidades. Já existe tanto sangue derramado, tanta bala perdida, que até as lendárias bruxas têm medo de sair à noite e serem vitimas da própria sorte!
ARQUÉTIPO DA BRUXA
Toda a mulher tem o lado bruxa, ou seja, os aspectos "inferiores" do feminino. Quando a confiança básica é baixa e a desvalorização do feminino é elevada, então toda a mulher tende a sentir-se identificada com os poderes negativos e inferiores da bruxa, da feiticeira ou da Mãe Terrível.
A bruxa se apodera quando nos sentimos sobrecarregadas e desvalorizadas, magoadas e incompreendidas. Gradualmente, convertemos nossa mágoa em ressentimento, distância, frieza e desesperadora resignação. Como a bruxa, vamos morar na "floresta" e não nos sentimos como membros legítimos ou dignos de nossas famílias. Embora a floresta seja o lugar apropriado para a bruxa, nenhuma pessoa comum quer viver lá sozinha. Assim, o isolamento solitário da bruxa se torna um grande fardo.
Igualmente, nossa preocupação cultural com a esbelteza das mulheres é um sintoma de nossos problemas coletivos com o complexo de bruxa. Hoje há um número crescente de adolescentes que se preocupam em demasia com o excesso de peso. Tenha ou não um peso excessivo, a adolescente se "sente" gorda e condena-se por seu peso.
Toda a mulher-bruxa, em geral, condena seu corpo ao isolamento e será com muita relutância que se "abandonará" a encontros íntimos sem alimentar uma perturbadora ansiedade sobre sua desagradável aparência.
É importante saber identificar a atividade desse arquétipo para então procurar a ajuda de um terapeuta e voltar a ter uma vida normal e saudável.
Texto pesquisado e desenvolvido por ROSANE VOLPATTO
Bibliografia consultada
Bruxas e Heróis - Polly Young Eisendrath
Diccionario de Las Hadas - Katharine Briggs
Folclore Catarinense - Doralécio Soares
Mais Curiosidades
Para algumas Tradições da Wicca, o ano se inicia no Solstício de Inverno, é conhecida como Halloween ou Dia das Bruxas, mas seu nome tradicional é Samhain, que significa "Sem Sol", referindo-se ao tempo de Inverno. Essa época também é correspondente ao Ano Novo Judaico.
Semhain - Halloween ou Dia das Bruxas - HN (31 de Outubro) - HS (01 de Maio) Segundo as tradições Wicca este é o mais importante de todos os Festivais, pois dentro do Círculo, marca tanto o fim, como o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As(os) Bruxas(os) não fazem Rituais para receber mensagens dos mortos, e muito menos para incorporar Espíritos. O sentido do Halloween, a sintonização com os que já partiram para lhes enviar mensagens de amor e harmonia. A noite de Semhain pronuncia-se (SOUEN) é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito Ponche, bolos e doces. A cor do Sabá é negro, sendo o Altar adornado com maçã, símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã, deve-se fazer muitas brincadeiras com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
Leia mais
Na Wikipédia, a enciclopédia livre, um artigo trata da bruxaria como subcultura. Para o inseto com nome popular "bnuxa", veja Mariposa. A página ou secção foi marcada para revisão, devido a inconsistências e dados de confiabilidade duvidosa. No livro "Macbeth and Banquo meeting the witches on the heath" deThéodore Chassériau, uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. É inegável a conexão entre esta visão e a visão da Hag ou Crone[1] dos anglófonos. É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos. Alguns autores utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia.
Algumas bruxas históricas adquiriram alguma notoriedade, como é o caso chamadas Bruxas de Salem, a Bruxa de Evóra e Dame Alice Kytler (bruxa inglesa). São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, nos livros de Marion Zimmer Bradley (autora de As Brumas de Avalon, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra, ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice).
As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do Santo Ofício consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma Bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, que dentre as Bruxas Tradicionais são os chamados Puckerel, muitas vezes tidos como espíritos guardiões da Arte da Bruxas, que habitam o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.
Diziam que as bruxas voavam em vassouras a noite e principalmente em noites de lua cheia, que faziam feitiços e transformavam as pessoas em animais e que eram más.
Hoje em dia essas antigas superstições como o da bruxa velha da vassoura na lua cheia já foram suavizados, devido à maior tolerância entre religiões, sincretismo religioso e divulgação do paganismo. Gerald Gardner tem destaque nesse cenário como o pai da Religião Wicca- A Religião da Moderna Bruxaria Pagã, formada por pessoas que são Bruxos/as mas que utilizam a "Arte dos Sábios" ou a "Antiga Religião" mesclada a práticas e conhecimentos de outras tradições. A classificação de magia como negra e branca não existe para os bruxos, pois se fundamentam nos conceitos de bem e mal, que não fazem parte de suas crenças, por isso, como costuma dizer, toda magia é cinza.
A Arte das Bruxas como era feita antes é chamada de Bruxaria Tradicional, ainda remanescendo até os dias atuais em grupos seletos, via de regra ocultos. Hoje também pode-se encontrar uma vasta quantidade de livros e sites que explicam a "Antiga Religião" mas geralmente se tratam de Wicca, pois os membros de grupos de Bruxaria Tradicional costumam preferir o ostracismo, revelando-se publicamente apenas em ocasiões especiais ou para que novos candidatos os localizem.
Em algumas regiões do Brasil o termo também pode ser usado para designar uma mariposa (traça em Portugal) grande e de coloração escura. Talvez por associar-se a imagem da borboleta a uma imagem humanóide feminina como as fadas e, assim, remeter a imagem da mariposa à de uma senhora de idade avançada, de vestes escuras e de hábitos noturnos - a bruxa.
História da bruxaria
À afirmativa de existência de bruxas à forma retratada em registros da Idade Média, incluindo histórias infantis que permaneceram em evidência até os dias atuais, admite-se uma ressalva: elas parecem ter existido apenas no imaginário popular, surgidas na esteira de uma época dominada por medos, quando qualquer manifestação diversa ou mesmo a crença na inexistência de bruxas da forma retratada pelas autoridades clericais era implacavelmente perseguida pela Igreja.
A feitiçaria já era citada desde os primeiros séculos de nossa era. Autores como o filósofo grego Lucius Apuleius (123-170), fazia alusão a uma criatura que se apresentava em forma de coruja (lilith), que na verdade era uma forma descendente de certas mulheres que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos.
Para os intelectuais, estes acontecimentos não passavam do imaginário popular, sonhos, pesadelos e, assim, recusavam-se a admitir a existência de bruxas. Porém, entre muitos povos não era assim: os éditos dos francos salianos falavam da Estrige como se ela existisse de fato. Os penitenciais atestavam a crença nessas mulheres luxuriosas. No início do século XI Burchard, o bispo de Worms, pedia aos padres que fizessem perguntas às penitentes, no intuito de descobrir se eram seguidoras de Satã, (...) se tinham o poder de matar com armas invisíveis cristãos batizados (...) Se sim, quarenta dias de jejum e sete anos de penitências.
Até ao século XIII a Igreja não condenava severamente esse tipo de crendice. Mas, nos século XIV e XV, o conceito de práticas mágicas, heresias e bruxarias se confundiam no julgo popular graças à ignorância. Eram, em geral, mulheres as acusadas. Hereges, cátaros e templários foram violentamente condenados pela Inquisição, tomando a vez aos judeus e muçulmanos, que eram os principais alvos da primeira inquisição (século XIII). Curiosamente, foi exatamente a partir da primeira inquisição que iconografia cristã passou a representar o "Arcanjo Decaído" não mais como um arcanjo, mas com a aparência de deuses pagãos, como Pã e Cernunnos. Tal fato levou, séculos após, à suposição de que bruxas eram adoradoras do demônio, o que não faz sentido, uma vez que a figura do demônio faz parte do dogma cristão, não pertencendo às crenças pagãs e nem existindo personagem de caráter equivalente ao diabo em qualquer panteão pagão. O uso alternativo do nome Lúcifer para designar o mal encarnado, na visão cristã, agravou a ignorância a respeito do culta das bruxas, uma vez que o nome Lúcifer, pela raiz latina, representa portador/fabricante da luz (Lux Ferre), inescapável semelhança ao mito grego de Prometeu, que roubou o fogo dos céus para trazê-lo aos homens.
Perseguição às bruxas
O movimento de repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média, alcançou maior intensidade no século XV, para, na segunda metade do século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria no norte da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira metade do século XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira metade do século XVII, diminuindo para 3 na segunda metade daquele século, e para um único no seguinte.(Claude Gauvard - membro do Institut Universitaire de France).
Em 1233, o Papa Gregório IX admitiu a existência do sabbat e esbat. O Papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja.
Uma psicose se instalou. Comunidades do centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453) uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas à mulheres da região, de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a interrogatórios e torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes contra as crianças, e condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal. As que não confessavam eram, muitas vezes, linchadas e queimadas pela multidão, irritada com a falta de condenação.
Os tratados demonológicos e os processos de feitiçaria se multiplicaram, por volta de 1430, marcando uma nova fase da história pré-iluminista, de trágicas dimensões. Em 1484, o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. Em 1486 a publicação do Malleus maleficarum ("Martelo das Bruxas"), que originou a caça às bruxas, mais do que obras anteriores, associava a heresia e a magia à feitiçaria.
A Inquisição, instituída para combater a heresia, agravou a turba de seguidores inspirados por Satã. Havia, ainda, um componente sexista. Os bruxos existiam, mas eram as mulheres, sobretudo, que iam queimadas nas fogueiras medievais.
Em 1602 Anton Praetorius, um teólogo alemão calvinista, teve de publicar o livro “Gründlicher Bericht von Zauberey und Zauberern” (“Relatório profundo da magia, mágicos e feiticeiros”) contra a quimera da bruxaria e tortura.
Etimologia
O vocábulo "Bruxa" é de orígem desconhecida provavelmente de orígem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta.
Referências
Ver Hag, na Wikipedia em língua inglesa.
Revista História Viva - Ano III - nº 35
Manuais, obras, tratados
Les Admirables secrets d'Albert le Grand (Os admiráveis segredos de Alberto, o Grande) seguido de Secrets merveilleux de la magie naturelle e cabalistique du Petit Albert (Segredos maravilhosos de magia natural e cabalística do Pequeno Alberto, 1703).
Histoires, disputes et impostures (Histórias, disputas e imposturas)- discursos das ilusões e imposturas dos diabos (1563, Genebra), de Jean Wier]].
Cautio Criminalis, de Friedrich von Spee.
Essay concerning Witchcraft (Ensaio histórico sobre a bruxaria, 1718), de Francis Hutchinson.
Malleus maleficarum (O martelo das bruxas, 1485), de Jakob Sprenger e Heinrich Institoris.
De la démonialité des sorciers (A demonialidade dos bruxos, Paris, 1582), de Jean Bodin.
La Démonolâtrie (A demonolatria, 1582), de Nicolas Rémy.
Sadducismus triumphatus (Acusação contra o saduceísmo moderno, 1668), de Joseph Glanvil.
Obras de ficção
Branca de Neve e os sete anões, de 1937, de Walt Disney.
O mágico de OZ, de 1939, de Victor Fleming.
Fantasia, de 1940, de Walt Disney.
As bruxas de Salem, de 1956, de Arthur Miller.
A feiticeira, de 1964.
O bebê de Rosemary, filme de 1968.
As bruxas de Eastwick, de 1987.
As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley
Hocus Pocus, comédia de 1993.
Charmed, de 1998.
Harry Potter, J.K. Rowling.
Bruxa de Blair
Tenho que acrescentar a opinião da jornalista Fátima Dannemann mfdga@superig.com.br, publicada no Fórum do SINJORBA, com assunto SER CHAMADA DE BRUXA NÃO É OFENSA: “(...) alguns autores dizem que começaram a queimar mulheres como bruxas na Idade Média para esconder o fracasso das Cruzadas (que só trouxeram doenças e miséria para a Europa). Muitas mulheres fortaleceram seu poder enquanto seus maridos estavam lutando pela Santa Madre Igreja em Israel, e não só conservaram os patrimônios como aumentaram suas riquezas e mais: sem ninguém para dar "regulagem" elas tiveram acesso a cultura, conhecimento, ciência, etc. Isso deixou a Igreja irritada. Como a igreja voltou falida das lutas na "terra santa", começaram a atacar as mulheres (muitas das quais ficaram viúvas durante as cruzadas) para confiscar as terras e bens (quando acaba, tem católico que critica as seitas protestantes) e ai foi uma bagaceira só. Tem monte de livros que falam sobre o assunto. Alguns verdadeiros, outros de ficção. Tem um de Ken Follet, autor de best-seller, de 940 páginas, que retrata bem a luta de uma inglesa contra o poderio da igreja e os senhores feudais. Bem interessante e se formos ler nas entrelinhas, a batalha continua em outras esferas."
Um comentário:
Nossa, parabéns realmente achei o que queria ler, muito bem escrito e pesquizado, sei que muitos aqui passaram e como eu esquecem de comentar, mas não pude deixar de fa-lo, pois até o melhor livro que já li sobre bruxas,As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley ( que descanse em paz)está citado nessa matéria.
Parabéns!!!!
Postar um comentário