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16 abril 2015

Uso bélico da Biologia - Bioterrorismo em alta

Devido aos recentes acontecimentos mundiais que levaram pânico e medo às populações do planeta, o bioterrorismo ou terrorismo químico-biológico como também é chamado está em alta nas manchetes. É conceituado como sendo a liberação intencional de produtos químicos ou agentes infecciosos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Esses agentes causadores de infecções são liberados no ar ou, principalmente, através da contaminação de centrais de abastecimento de água. Isso tudo ocorre com a clara intenção de prejudicar ou até mesmo aniquilar populações inteiras de um país alvo com a possibilidade de difundir doenças por todo o mundo através da disseminação do agente infeccioso. Isto é explicado da seguinte maneira: uma pessoa pode ter contraído uma doença e não tendo conhecimento do contágio, fazer uma viagem para outro país e levar consigo o agente infeccioso. Podemos citar também o envio de cartas contaminadas, como aconteceu após o 11 de setembro nos Estados Unidos.
Existem vários agentes infecciosos como bactérias e vírus que podem ser disseminados com facilidade, como por exemplo, a bactéria s (bacilo) anthrax, e o vírus da varíola, este apesar ser uma doença erradicada no mundo e sua manipulação ser restrita a centros de pesquisa como o CDC em Atlanta/USA, ainda é manipulado em laboratórios não oficiais de paises que dedicam a guerra Biológica . Existem microrganismos causadores de doenças que ainda estão em estudo e que podem ser utilizados confins não pacíficos. Hoje, as condições para diagnosticar uma epidemia, e as condições de controlar a disseminação dos diversos agentes infecciosos torna-se bastante complexo visto que as http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/bioterrorismo.htm.
A quantidade de vacinas para todos os trabalhadores da área de saúde e para a população, dependendo do microrganismo não é suficiente. A população também não está preparada nem tem conhecimento de profilaxia para um caso de emergência, não teríamos pessoal suficientemente treinado para manuseio e cuidado de indivíduos contaminados nos grandes centros. Para evitar uma contaminação em massa, basta ter a velocidade de reação, ou seja, identificar, isolar e tratar os doentes com o máximo de urgência.
A contaminação pode ocorrer de três formas: através do contato direto com a pele, em que pode haver uma lesão e causar doença localizada ou se disseminar pelo sangue; por ingestão de algum alimento contaminado causando doença generalizada ou ainda, por via respiratória, causando doenças respiratórias que muitas vezes levam o indivíduo à morte.
A contaminação por anthrax doença conhecida como carbúnculo e causada pela bactéria Bacillus anthracis, normalmente ocorre pela pele. Seu período de incubação é de 01 a 06 dias. Os sintomas são febre alta, lesões escuras na pele, fadiga e dores. Inicialmente ela é confundida com uma gripe, alguns dias depois a função pulmonar está prejudicada havendo assim uma piora do estado geral do indivíduo contaminado aparecendo sintomas semelhantes com os de hantavirose. A morte por choque tóxico pode ocorrer dentro de 24 a 36 horas. Como essa bactéria fica suspensa no ar sua liberação se torna possível e pode ser manipulada e misturada a poeira ou pó entrando em contato com a pele e mucosa das vítimas, como ocorreu no episódio dos Estados Unidos. Existe uma grande chance de cura, quando a doença é descoberta no seu estágio inicial, tratando-a com agentes antibacterianos específicos incluindo a penicilina.
A varíola é uma doença infecto-contagiosa, exclusiva do homem (não sendo transmitida por outros animais, como a dengue, por exemplo), de surgimento e desenvolvimento repentinos e causada pelo Orthopoxvírus variolae, um dos maiores vírus conhecidos e que é muito resistente aos agentes físicos externos, como, por exemplo, variações de umidade e temperatura.
A transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio do convívio e geralmente pelas vias respiratórias. Uma vez dentro do organismo, o vírus da varíola permanece incubado de sete a 17 dias. A seguir, ele se estabelece na garganta e nas fossas nasais e causa febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor nas costas e abatimento, esse estado permanece de dois a cinco dias, para finalmente atingir sua forma mais violenta: a febre baixa e começa a aparecer erupções avermelhadas, que se manifestam na garganta, boca, rosto e que depois espalham-se pelo corpo inteiro. Isso ocorre, porque o O. variolae parasita as células do tecido epitelial para se reproduzir. Com o tempo, as erupções evoluem e transformam-se em pústulas (pequenas bolhas cheias de pus), que provocam coceira intensa e dor – nesse estágio o risco de cegueira é maior, pois, ao tocar o olho, o enfermo pode causar uma inflamação grave.
É importante ressaltar que as instituições de saúde tenham um planejamento estratégico visando acontecimentos nos quais existam ataques bioterroristas e emergências por acidentes ou cataclismos que afetem a saúde da população. Esta deverá ser preparada e informada para se organizar imediatamente em relação a estes acontecimentos. A mídia deverá ser uma ferramenta que estará disponível para alertar e estabelecer vínculo de apoio aos indivíduos, comunidades e instituições públicas e privadas.
Bibliografia:
  • SCHATZMAYR , H; Febre amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Livro coordenado por Jaime Benchimol, Editora Fiocruz.
  • REY, L; Dicionário de medicina e saúde. Editora Guanabara Koogan
  • VERONESI, R; Doenças infecciosas e parasitárias. Editora Guanabara. 
Fonte: Fiocruz

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