Uma revista britânica de Psicologia publicou resultados que
surpreenderam, e que podem ajudar no autoconhecimento de qualquer pessoa.
Três conclusões principais da pesquisa
Os psicólogos evolutivos Satoshi Kanazawa, da Escola de
Economia e Ciência Política de Londres, e Norman Lee, da Universidade de
Gerenciamento de Singapura (SMU), após a análise dos resultados do estudo
chegaram às seguintes conclusões:
Em primeiro lugar,
as pessoas que moram em locais de alta densidade populacional, de forma geral,
se sentem menos felizes.
Em segundo lugar,
para se sentir feliz, a maior parte das pessoas precisa se reunir
frequentemente com seus amigos ou com pessoas que pensam de forma similar.
Quanto mais comunicação próxima, maior é o nível de felicidade.
Em terceiro lugar, as pessoas com
inteligência superior à média da população representam uma exceção a esta
regra.
Quanto mais alto é o QI, menor é a necessidade do ser humano
de se relacionar constantemente com amigos.
Geralmente, intelectuais não consideram muito atraente a
vida com muita atividade social. Eles não se interessam em ser a «alma da
festa».
Pessoas muito inteligentes costumam ter um círculo social
reduzido
O cérebro de uma pessoa com habilidades intelectuais
elevadas funciona de forma diferente. E a sociabilidade está incluída nestas
diferenças.
Sim, ser inteligente pode não ser algo simples. Dentro de
cada intelectual existe seu próprio universo particular.
Para as pessoas com inteligência superior à maioria, a vida
social é mais um supérfluo do que algo primordial. A maioria dos grandes gênios
foram e costumam ser solitários. Na verdade, são poucas as pessoas que os
entendem e os aceitam. Mas isso não é problema para eles. Pelo contrário,
quanto mais precisam socializar, menos felizes eles se sentem.
Pessoas inteligentes gostam mais de tratar dos assuntos
importantes para elas do que de socializar
A pesquisadora Carol Graham, da Brookings Institution,
especialista na «economia da felicidade», acredita que as pessoas inteligentes
usam a maior parte do tempo tentando atingir metas a longo prazo. Os
intelectuais se sentem satisfeitos quando fazem aquilo que os leva a conquistar
determinados resultados.
O pesquisador que trabalha na busca de vacinas contra o
câncer ou o escritor que está criando um romance formidável não precisam
interagir com outras pessoas. Até porque isso poderia distrai-los de sua meta
principal, ou seja, influenciaria de forma negativa na sua felicidade e
desequilibraria sua harmonia interna.
As razões estão no passado distante
Você já ouviu falar na teoria da savana? Segundo ela, há
algo dos nossos ancestrais que carregamos não só nos genes, mas também em nossa
memória subconsciente. O estilo de vida dos nossos antepassados, com que a
história humana teve início, influencia até hoje em nossa vida e em nossa noção
de felicidade.
Nos sentimos felizes exatamente nas mesmas situações e
circunstâncias nas quais as pessoas que viveram há milhares de anos também se
sentiam felizes.
Para sermos exatos, o círculo social dos antepassados se
resumia aos 150 membros que seu grupo tinha, em média. Eles viviam em lugares
isolados, com densidade populacional menor que uma pessoa por quilômetro
quadrado. Precisavam estar sempre juntos para sobreviver num ambiente hostil.
Mas hoje vivemos na Era das tecnologias, com muita gente ao
nosso redor. Porém, a maior parte das pessoas continua mostrando traços de
comportamento dos nossos antepassados, que permaneceram em nossa memória
genética. Parece até que nosso corpo vive numa realidade, e o cérebro, em
outra. O corpo pode estar numa metrópole com milhares de habitantes, enquanto o
cérebro permanece na savana praticamente deserta.
Isso serve para a maioria das pessoas. Mas não para todas.
Grande inteligência permite a adaptação às novas condições
Os intelectuais, diferentemente das pessoas com habilidades
mentais medianas, conseguiram, em alguma etapa da evolução humana, superar a
memória do passado, já que ela não se encaixa nos dias atuais.
Tais pessoas podem se adaptar com mais facilidade. Parece
até que a natureza deu a eles a tarefa de resolver novos problemas evolutivos.
Por isso, quem é inteligente pode viver facilmente de acordo com suas próprias
leis, sem se apegar muito às nossas origens.
Uma inteligência alta permite que pessoa não fique pendente
dos outros, e sim mantenha o foco em suas metas individuais. Pessoas
inteligentes estão em harmonia com elas mesmas, e só de vez em quando precisam
interagir mais intimamente com os demais.
VIA: The Washington Post
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