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15 junho 2016

Elogio da delicadeza, por Francisco Bosco




    Situação 1: você está num bar ou restaurante com seu parceiro e este encontra um amigo que você não conhece. O amigo do seu parceiro se senta à mesa com vocês. Ele conversará, animadamente, com seu parceiro, sem, em nenhum momento, dirigir-se a você, ele insistirá em assuntos privados, que dizem respeito à amizade deles, ele não quererá saber o que você faz, o que você pensa sobre tal ou tal coisa. Ele não lhe fará nenhuma pergunta.

Situação 2: você está numa mesa de bar ou numa roda de festa com amigos e conhecidos. Um deles fala sem parar, sem descanso, conta longas histórias, de preferência, é claro, sobre si mesmo, e é incapaz de perceber qualquer signo de enfado ou desinteresse dos que o ouvem. Trata-se do gênero the autobiography of myself according to my own view. É uma fala de tal modo sem pauses que tentar fazer um aparte seria, como na metáfora do personagem José Costa, igual a “cortar um rio a faca”.

Situação 3: você conhece aquela pessoa já há algum tempo, encontra-se com ela freqüentemente em ocasiões sociais, volta e meia participa de conversas em que ela está presente, vocês chegam mesmo a conversar entre si, mas ela nunca te chama pelo nome. 

Estas e outras cenas da vida urbana contemporânea parecem indicar o que se pode designar como déficit de escuta. Mesmo correndo o risco de incorrer em uma sociologia apurada, é inevitável associar esse comportamento à vigência de uma cultura espetacularizada em que o valor da existência é, para muitos, regulado pela visibilidade de si mesmo. Luiz Eduardo Soares observa, por exemplo, que a violência perpetrada por meninos de rua está diretamente ligada a uma carência de visibilidade; pois, numa sociedade que difunde ostensivamente serem o dinheiro e a celebridade os valores fundamentais de reconhecimento social, ao mesmo tempo em que tanto a economia financeira quanto a economia narcísica são muito pouco democráticas, o crime acaba se tornando uma maneira eficiente de ganhar dinheiro e chamar a atenção. De resto, alguém que não é contemplado pelas regras da sociedade não tem mesmo razão para manter o “pacto social”.

Em outro plano, o ator José Wilker notou, com perspicácia, que atualmente não se deve falar apenas de uma invasão de privacidade – por parte dos papparazzi etc. –, mas também, e talvez sobretudo, de uma “evasão de privacidade”, como atestam as assessorias de imprensa de celebridades que ficam mandando para os veículos de mídia informações relevantíssimas sobre seus clientes, como o presente de Natal que um deu pra namorada, a roupa que a outra vai usar no desfile de Fulana, e por aí vai. Uma tal reciprocidade confirma a sentença exata do sociólogo Pierre Bourdieu, segundo a qual “toda vítima é cúmplice simbólica do que a vitima”. É assim que, dos meninos de rua que roubam tênis Nike aos vídeos caseiros enviados para a triagem do Big Brother, a busca encarniçada pela visibilidade determina desejos e condutas, em maior ou menor grau. O que propus chamar de déficit de escuta, também pertence, portanto, a esse amplo quadro ético.

As situações narradas acima convidam a uma pequena semiologia das relações pessoais, em que é preciso determinar o valor, os significados e a dimensão de certos gestos. É necessário perceber, nesse contexto, a estreita relação entre retórica e ética: o uso da pergunta, do silêncio e do nome próprio são formas que manifestam uma abertura ao outro, uma aproximação, uma disposição antes para a amizade que para o exibicionismo. Perguntar ao outro é uma forma retórica de se abrir à sua existência. Chamá-lo pelo nome próprio instaura o reconhecimento de sua singularidade. Não usar o nome próprio, insistindo nos pronomes pessoais, é generalizar o outro, isto é, não reconhecer sua singularidade. No romance de Cyro dos Anjos, O amanuense Belmiro, um dos personagens nunca chama os outros por seus nomes próprios, somente por caricaturas fônicas que ele inventa: “Florêncio” por “Abundâncio”, “Belmiro” por “Porfírio” etc. o chiste, é certo, sua graça (“Abundâncio” é hilário), mas não para os que perdem o nome próprio; não é à toa que Florêncio se revolta sempre com a troca de nomes, e que o gozador, Silviano, é arrogante e autocentrado, além de péssimo filósofo.

Com efeito, há dois tipos de chiste: um que convida o outro ao gozo comum de uma invenção inesperada, e um segundo que faz do outro o próprio instrumento do chiste, excluindo-o do gozo. É este último o caso de Silviano. É também, por exemplo, o caso dos humoristas do Pânico na TV, que fundamentam seu humor no constrangimento.

A delicadeza é uma estratégia sutil e rizomática para desarmar a arrogância e esvaziar as formas de vida que prejudicam a sociabilidade sem, tampouco, produzir solidões inventivas e afirmativas. Escutar é uma das manifestações fundamentais da delicadeza. Mas escutar é uma positividade: não se confunde com o silêncio, com o deixar de falar. Pode-se ser silencioso e não se ter escuta, como se pode tê-la sendo loquaz. A escuta é ativa, é uma oferta – pela qual se recebe o outro. E a fala pode ser, ela mesma, uma escuta: sendo suspensiva, não-arrogante, deixando espaço para o outro. A delicadeza é uma virtude do século 21. Uma das propostas éticas para este milênio.              

                 BOSCO, Francisco. Elogio da delicadeza. In: Cult – REVISTA BRASILEIRA DE CULTURA, ano 10, n0  115, julho/2007, São Paulo. p. 34-35.

Perguntas interessantes, respostas criativas II


Dois brasileiros ao telefone:
- Ei, como está essa questão da gripe aí na sua região?
- Está empate - respondeu o outro.
O primeiro questiona:
- Mas como assim empate?
E o outro explica:
- H1 N1.


O mordomo do Batman avisa para ele:
- Senhor, o Homem Invisível está lhe esperando.
O Batman respondeu:
- Diga que não posso vê-lo!


O policial militar, na sorveteria, pede duas bolas, sabores brigadeiro e limão. A moça coloca o sorvete na casquinha e pergunta:
- Seu policial, o senhor quer cobertura?
E o policial:
- Positivo operante, pegue a metralhadora e se esconda atrás do muro!

A esposa chega desesperada na delegacia:
- Meu marido saiu ontem de casa pra comprar arroz e não voltou até agora. O que eu faço, senhor delegado?
- Sei lá! Macarrão!?



Um doente se queixa:
- Doutor, toda noite quando vou dormir eu vejo crocodilos azuis.
- Você já viu um psicólogo? Retruca o médico
- Não doutor. Só vejo crocodilos azuis mesmo.


Casal argentino fazendo amor, a mulher repete:
- Mi Dios, mi Dios!
O homem para, olha para a parceira e fala:
- En la intimidad puedes llamarme Carlitos.


- Seu padre, é justo ganhar dinheiro com a desgraça dos outros?
- Claro, que não meu filho.
- Então devolva logo o dinheiro do meu casamento.

04 junho 2016

18 verdades sobre os envolvimentos sexuais-afetivos atuais


  1. Quem que se importa menos tem todo o poder. Ninguém quer ser “a pessoa mais interessada” da relação.
  2. Porque nós sempre queremos mostrar para a outra pessoa o quão blasé nós podemos ser, joguinhos psicológicos como‘Intencionalmente Levar Horas Ou Dias Para Responder Uma Mensagem’ vão acontecer. Eles não são divertidos.
  3. Uma pessoa sendo desapegada porque tem zerinteresse em você parece exatamente igual a uma pessoa sendo desapegada porque acha você incrível and está fazendo um esforço consciente para fingir que não está nem ai. Boa sorte tentando descobrir quem é quem.
  4. Ligações telefônicas são uma arte em decadência. Muito provavelmente, grande parte da comunicação do seu relacionamento vai acontecer por texto, que é a forma de interação mais desapegada e impessoal que existe. Já pode ir criando intimidade com as opções de emoticon.
  5. Planos com antecedência estão mortos. As pessoas têm opções e atualizações de última hora da localização dos seus amigos (ou outros potenciais romances) graças às mensagens e as redes sociais. Se você não é a prioridade, você vai ouvir um “Talvez” ou “A gente se fala” como resposta para o seu convite para uma saída e o(s) fator (es) decisivo(s) serão se a pessoa recebeu ou não ofertas mais divertidas/interessantes que você.
  6. Aquele alguém que te magoou não vai automaticamente ter um karma ruim.Pelo menos não em um futuro imediato. Eu sei que parece nada menos que justo, mas às vezes as pessoas enganam e traem e continuam suas vidas alegremente enquanto a pessoa que eles deixaram para trás está em frangalhos.
  7. A única diferença entre as suas ações serem consideradas românticas ou assustadoras é o quão atraente a outra pessoa te acha. É isso, é tudo.
  8. “Topa sair?” e “Vamos fazer alguma?” são frases vagas que provavelmente significam “vamos nos pegar” – e enquanto você provavelmente odeia receber uma dessas, elas são o jeito mais comum de convidar alguém pra passar algum tempo com você hoje em dia, e aparentemente elas chegaram pra ficar.
  9. Algumas pessoas só querem te pegar e se você está procurando mais do que sexo, eles não vão te falar “Alow, acho que eu sou a pessoa errada pra você”. Pelo menos não antes de você liberar o tindolelê. Enquanto a decência humana é o ideal, a honestidade não é obrigatória.
  10. A mensagem que você mandou chegou. Se ele não respondeu, pode ter certeza que não foi por causa do mau funcionamento das operadoras de celular.
  11. Tantas pessoas tem medo de compromisso e de estar séricom alguém que continuam um relacionamento não definido, que acaba confundindo as coisas e só funciona até não funcionar mais. Eu já disse várias vezes, e vou dizer de novo – “nós somos só amigos” é abrir a porta para uma traição que tecnicamente não era traição porque, hey, vocês não estavam juntos, juntos.
  12. As mídias sociais criam novas tentações e oportunidades para trair. As mensagens por inbox e opções para um flerte sutil (ex. curtir a foto alheia) não servem como desculpa ou prova de uma traição, mas eles certamente aumentam as chances disso acontecer.
  13. Mídias sociais também podem criam a ilusão de que você tem opções, o que leva as pessoas a verem o Facebook como um menu de pessoas atraentes ao invés de um meio de manter contato com os amigos e a família.
  14. Você provavelmente não vai ver muito da personalidade genuína e sem filtros de alguém até que vocês estejam em um relacionamento. Geralmente as pessoas tem medo de mostrar como realmente são e parecerem disponíveis demais, ansiosos de mais, nerds demais, bonzinhos demais, seguros demais, não engraçados o suficiente, não bonitos o suficiente, não alguma outra pessoa o suficiente para serem acolhidos.
  15. Qualquer pessoa com quem você se envolver romanticamente, ou vocês vão ficar juntos para sempre, ou vão acabar terminando em algum momento. E ambos são conceitos são igualmente assustadores.
  16. Quando vocês estiverem namorando, ao invés de expressar como se sente diretamente para você, é mais provável que a pessoa publique isso no status do Facebook ou Instagram, uma foto tipo Tumblr, de um por-do-sol com uma frase ou trecho de música com as palavras de outra pessoa, e enquanto pode nem mencionar seu nome, é claramente para você.
  17. Tem muitas pessoas quem tem zero respeito pelo seu relacionamento e se eles quiserem a pessoa com quem você está, não terão escrúpulos na tentativa de ultrapassar os limites para conseguir conquistar a vítima.Girl Code e Guy code são ilusões e código humano não é incorporado em todos.
  18. Se você tomar um fora, provavelmente vai ser bem brutal. As pessoas podem cortar laços pelo telefone e evitar ter que ver as lágrimas rolando pelo seu rosto ou terminar tudo por mensagem e evitar ouvir a dor na sua voz e o seu nariz escorrendo. Envie um texto longo e voilá, o relacionamento acabou. O caminho mais fácil está longe de ser o mais atencioso.
Fonte: aqui
Texto do  Christopher Hudspeth . That’s it, that’s all.
fonte: http://thoughtcatalog.com/christopher-hudspeth/2014/04/18-ugly-truths-about-modern-dating-that-you-have-to-deal-with/#A8tq2bPtKjlT46QM.01

AVENTURAR-SE É PRECISO!

  CAVALEIRO DE PAUS (Fonte: personare.com.br) O Cavaleiro de Paus como arcano de conselho para este momento de sua vida sugere que é chegado...