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31 agosto 2011

Cura do Transtorno Obsessivo Compulsivo

Quem me conhece, sabe das manias de contar tudo que vejo pela frente, de ficar procurando e conferindo objetos, buscando a perfeição simétrica nas arrumações infinitamente. Em minha infância tinha tiques nervosos. Só na fase adulta percebi que se tratava de uma doença, que me faz muito infeliz e impede uma maior qualidade de vida.

Mas esta doença tem cura!

O texto abaixo achei aqui
   
As pessoas obsessivas, detalhistas, perfeccionistas tem grandes qualidades: costumam ser trabalhadoras, competentes e confiáveis. Aqui estamos falando de uma doença em que essas características atrapalham a vida da pessoa. Ou seja, deixam de ser uma qualidade e passam a ser um problema.

1) Sintomas:

O TOC se caracteriza basicamente pela repetição de gestos, rituais, pensamentos e atividades que a pessoa sabe que não fazem sentido, mas que não consegue evitar.

Se não executá-los passa por uma ansiedade brutal ou acha que poderá acontecer algo de ruim para si ou para outras pessoas.

Uma das características principais é que a pessoa tem consciência de que os rituais ou pensamentos não tem lógica, não são necessários porém são inevitáveis.

Quando conta para alguém, às vezes até dá risada do absurdo, outras vezes tem medo de ser rotulada como louca, mas no instante em que o TOC "ataca", toda a lógica cai por terra e a pessoa se comporta como se fosse escrava dele.

Os sintomas podem ser os mais variados. Por exemplo:

        * Lavar as mãos muito mais do que o necessário.
        * Lavar a boca com água, sabão, álcool, etc.
        * Voltar para conferir portas, janelas, bico de gás, etc., mesmo tendo certeza que estão fechados.
        * Rezar, recitar, falar ou pensar em frases, palavras ou músicas de modo repetido.
        * Não pegar em objetos que poderiam ter caído no chão, ou tocado em algo sujo, ou terem sido tocados por alguma pessoa que poderia ter alguma doença.
        * Ficar se remoendo por ter feito algo que pode ter sido errado ou que poderia ter sido interpretado pelos outros como sendo errado.
        * Roer unhas.
        * Levar tempo demais para fazer coisas comuns, devido à repetição ou conferência exageradas (por exemplo abrir e fechar coisas repetidamente, conferir papéis e documentos muitas vezes).
        * Ficar se preocupando com a possibilidade dela ou de um familiar ter pego alguma doença (hoje em dia a cisma mais freqüente é de estar contaminado com AIDS).

Ele pode se manifestar com mais intensidade em fases ou situações mais difíceis na vida.

Quem sofre de TOC está sujeito a ter fases de Depressão e ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico, o que é normal e não quer dizer que você sofra de três doenças ao mesmo tempo.

TOC não tem nada a ver com Psicose nem "loucura".

2) Fazem parte do grupo dos Transtornos Obsessivos Compulsivos os seguintes quadros clínicos:

    * Dismorfofobia ou Dismorfia Corporal, na qual a pessoa acha que alguma parte de seu corpo é feia ou deformada. Muitos pacientes passam por cirurgias plásticas que evidentemente não trazem "resultados" e chegam a se isolar socialmente pela "vergonha".
    * Cleptomania, na qual a pessoa furta objetos de pequeno valor, os quais poderia comprar. Em geral joga os objetos fora, ou dá para alguém, ou guarda como troféu. O impulso de furtar é precedido por grande ansiedade, posteriormente um alívio.
    * Sexo Compulsivo.
    * Jogo Compulsivo.
    * Compras Compulsivas.
    * Colecionismo ou Hoarding: acumular quantidades enormes de papéis, documentos, jornais velhos, objetos, tranqueiras, sem nenhuma utilidade.
    * Síndrome de Tourette, consiste em ter tiques e cacoetes principalmente com a cabeça, pescoço e mãos, emitir sons pela garganta. Embora faça parte do TOC, seu tratamento é diferente.
    * Tricotilomania: arrancar e às vezes comer fios de cabelo (leia a apostila específica)

3) O TOC é causado por um conjunto de fatores:

    *

      Alteração de química cerebral
    *

      Genéticos
    *

      Psicológicos

Com certeza TOC não é causado por "falhas de educação" nem por problemas de relacionamento entre os membros da família. Ou seja, os pais não causam TOC nos filhos.

4) Tratamento:

As pessoas que tem TOC geralmente gostam de falar de doenças e se preocupar com elas, mas não de tomar remédio. Elas se classificam como "hipocondríacos que detestam remédios".

Porém se não for tratado, o TOC pode cronificar e se tornar incapacitante. O tratamento mais eficaz consiste em:

    * Medicação. Não interrompa o tratamento por não sentir melhora nas primeiras semanas. TOC é teimoso, você tem que ser mais teimoso ainda.
    * Psicoterapia Cognitivo Comportamental, que é bem diferente da Psicoterapia Analítica.
    * Força de vontade para resistir ao impulso obsessivo.

5) A família pode ajudar:

    * Insistir no tratamento
    * Lembrar ao paciente a necessidade dele resistir às "manias".
    * Não levar a sério os medos, dúvidas e perguntas do paciente. Por exemplo, o paciente quer voltar para casa para conferir se fechou uma porta. Não concorde.
    * Não entre em discussões por exemplo sobre vírus e bactérias e contaminações, pois elas seriam infinitas.

6) Observações:

A) Algumas vezes o primeiro remédio não produz resultado e tem que ser trocado

B) Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Seu médico deve decidir quando diminuir, interromper ou trocar de medicação. Se o medicamento tiver efeitos colaterais, ele poderá ser trocado por outro que não traga desconforto. O tratamento do TOC é longo. A recaída em caso de interrupção prematura do tratamento é quase certa.

C) Se os sintomas do TOC voltarem, não quer dizer dependência da medicação, mas sim que ainda não era hora de suspender o tratamento. Os remédios que tratam Transtorno Obsessivo Compulsivo não criam dependência. O TOC é que exige tempo de tratamento longo. O importante é que a qualidade de vida da pessoa melhore.

Sugestão: assista ao filme “Melhor Impossível”, com Jack Nicholson e Helen Hunt.

25 agosto 2011

Como desapegar dos filhos?

"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.

Isso mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!"

                                              
                                                                                                               José Saramago

23 agosto 2011

Coisa


Autor: não citado  (melhor que citação/autoria falsa)
     
A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
      A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
      Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha.
       Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
       Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
       Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
        Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
        Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
        Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
        Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
         Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra  ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou.         Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
        Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas.
        Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer  coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
         Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
        A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
         Coisa à  toa. Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
         Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
        Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".

       ENTENDEU O ESPÍRITO DA COISA? QUE COISA, HEIN?!

10 agosto 2011

Invista em sua auto-estima e beleza interior


O MAGO E A CONSTRUÇÃO DA AUTOESTIMA
Entenda a simbologia do Mago e faça exercício para descobrir sua beleza interna
 
Texto de Zoe de Camaris

"Primeiro eu!", grita o menino em meio aos seus amigos, frente à nova brincadeira. Da mesma forma, O Mago, o número 1, inicia a seqüência dos arcanos maiores no Tarot puxando a fila de 22 figuras. Antes de tudo e de todos, o EU.

Sabemos que a fortificação do ego é necessária para a construção da identidade na infância. E é partir desta lenta engenharia que a facilidade para interagir mais e melhor se monta, que nos tornamos aptos para reconhecer uma parte de nós no outro, em que se habilita o sentido da alteridade e a empatia. A capacidade de amar a si mesmo é condição sine qua non para uma vida plena. No entanto, uma postura egocêntrica arraigada nos impede de alcançar a tranqüilidade interior, atrapalhando o desenvolvimento da autoestima e, por consequência, a capacidade de amar verdadeiramente.
 
Paradoxal? Sim. E aqui reside o segredo: nem tanto ao céu, nem tanto a terra. A sabedoria reside no exercício da justa medida. É só ter em mente que para um contato saudável com o mundo exterior é preciso, antes de tudo, regar o espaço interior, encontrar um reduto de paz. Uma questão de "prioridade", de ponto de partida, aliada à noção de que nada está separado, que somos os elos de uma imensa cadeia. Reconhecer nossos recursos, nossos aliados internos, nossas qualidades, fortifica nosso papel dentro da estrutura e reforça a vida social e afetiva."Reconhecer nossos recursos, nossos aliados internos, nossas qualidades, fortifica nosso papel dentro da estrutura e reforça a vida social e afetiva."

Simbologia
O Mago, o primeiro arcano, ilustra simbolicamente esta noção: em algumas das suas representações, traz o uroboros, cobra que morde a própria cauda, em torno da sua cintura. O arcano I busca nas forças celestes (o caduceu levantado) e telúricas (seus pés fincados no chão e as pernas da mesa de trabalho) a constante auto-renovação (característica das serpentes) absolutamente necessária para que se tenha condições de criar novas realidades. A sua frente, os elementos, simbolizados pelas moedas (o plano material), pelos copos (plano emocional), pelas facas (plano intelectual) e pelo bastão em sua mão (plano intuitivo) mostram que o Mago domina com a habilidade de um malabarista, em todos os estratos, as suas relações com vida.

A concentração e a consequente perícia tornam as mãos do Prestidigitador tão hábeis e rápidas quanto o pensamento. E é a partir do autoconhecimento, do crédito que confere às suas capacidades, que O Mago e todos nós podemos começar a caminhada e comunicar ao mundo de onde viemos e para aonde vamos. É daí que nasce o potencial de reflexão (A Sacerdotisa), o de frutificação (A Imperatriz), de concretização (O Imperador), de abstração (O Papa) e assim por diante.

"Reconhecer a beleza interna é imprescindível para identificar a beleza nos outros e no mundo que nos rodeia".

Exercíciopara auto-estima
Um exercício simples, mas efetivo, para que contactemos nossos recursos internos é o seguinte: corte algumas folhas em branco em quatro partes. Coloque-as sobre uma mesa com canetas ao lado, sente-se e relaxe. Se uma música clássica ajudá-lo no processo, ótimo. Respire fundo várias vezes. Esqueça suas questões, seus problemas. Entre em contato com seu centro e pergunte-se quais são suas verdadeiras habilidades. Assim que tiver levantado algumas delas, começe a escrever. Cada uma das habilidades ocupará um quadrado. 

Sim, você pode sofisticar o exercício e colocar ao seu lado um vaso de flores representando a terra e o plano material, acender um incenso para aludir ao ar, plano intelectual, encher um cálice com água para acessar o plano emocional, acender uma vela para lembrar-se do plano intuitivo representado pelo fogo. Anote tudo o que sabe e pode fazer. Registre suas melhores qualidades. Quando achar que está bom, pare e vá fazer outra coisa. Durante o dia olhe várias vezes para a mesa com seus quadrados de papel. Se algo lhe ocorrer, remarque, revise, acrescente.
 
Partindo do príncipio que o primeiro arcano funciona melhor em contato com o segundo, A Grã-Sacerdotisa, continue o exercício: sozinho, antes do horário de dormir, troque os lençóis. Escolha o melhor pijama, a camisola mais macia. Tome uma ducha, e, se puder, um banho de imersão com ervas de sua preferência. Busque no contato com a água o sentido da tranquilidade. Identifique-se com a água. Maleável, aconchegante, transparente, fluida como a sua alma. Passe o tempo que for necessário nessa relação. Saia do banho, fique frente a um espelho e passe um creme ou óleo especial vagarosamente pelo seu corpo. Acaricie sua pele como quem acaricia um coração. Olhe-se, ame-se, deixando que o espelho reflita não o seu corpo, mas a sua essência mais pura. Ela irá transparecer através dos seus olhos. Vista-se e antes de deitar-se, junte os papéis da mesa, empilhe e coloque embaixo do travesseiro. No dia seguinte, anote seus sonhos e impressões, mantendo a sensação que sentiu dentro da água. Suas relações estarão facilitadas e você sentirá maior paz interior quando terminar.
 
E para fechar, complete o trabalho com A Imperatriz, arcano da frutificação. Escolha uma quantidade de sementes correspondente aos quadrados de papel e plante-as em terra fértil. Cuide bem do seu canteiro. E guarde suas anotações em algum lugar especial e seguro.
 
Lembre-se: a satisfação consigo mesmo é o primeiro passo para satisfazer aos outros. É impossível fazer alguém feliz sem se sentir feliz primeiro, nem que seja por pequenos momentos. Reconhecer a beleza interna é imprescindível para identificar a beleza nos outros e no mundo que nos rodeia.
Assim terá reunido as condições necessárias para o exercício do amor. E isso é pura magia.
 
Primeiro EU!

03 agosto 2011

Onde estacionei minha navezinha?!

Perder a viagem

(Martha Medeiros)

Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no centro da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor, e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre através da secretária que sua hora, na verdade, está marcada para semana que vem. Sinto muito, você perdeu a viagem.
Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui.
Estão perdendo a viagem aqueles que não se comprometem com nada: nem com um ofício, nem com um relacionamento, nem com as próprias opiniões. Estão sempre flanando, flutuando, pousando em sentimento nenhum, brigando por idéia nenhuma, jamais se responsabilizando pelo que fazem, pois nada fazem. Respirar já lhes é tarefa árdua e suficiente. E os dias passam, e eles passam, e nada fica registrado, nada que valha a pena lembrar.
Estão perdendo a viagem aqueles que, em vez de tratarem de viver, ficam patrulhando a existência alheia, decretando o que é certo e errado para os outros, não tolerando formas de vida que não sejam padronizadas, gastando suas bocas com fofocas, seus olhos com voyeurismo, sem dedicar o mesmo empenho e tempo para si mesmo.
Estão perdendo a viagem aqueles preguiçosos que levam semanas até dar um telefonema, que levam meses até concluir a leitura de um livro, que levam anos até decidir procurar um amigo. Pessoas que acham tudo cansativo, que acreditam que tudo pode esperar, que todos lhe perdoarão a ausência e o descaso.
Estão perdendo a viagem aqueles que não sabem de onde vieram nem tentam descobrir. Que não sabem para onde ir e nem tentam encontrar um caminho. Aqueles para quem a televisão pode tranqüilamente substituir as emoções.
Estão perdendo a viagem aqueles que se entregam de mão beijada às garras do tédio.

AVENTURAR-SE É PRECISO!

  CAVALEIRO DE PAUS (Fonte: personare.com.br) O Cavaleiro de Paus como arcano de conselho para este momento de sua vida sugere que é chegado...